quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Como comunicar com a geração Facebook?"


Na sequência do que tem sido discutido nas aulas sobre a Geração Net e de posts anteriores sobre o gap entre Digital Natives e Digital Immigrants, em tom de fim-de-semana de Páscoa deixo-vos para leitura o artigo publicado no Diário Económico da autoria de Lucy Kellaway, cronista do Financial Times. Segundo a autora, o abismo entre as gerações AF e DF (antes e depois do Facebook) é de tal forma que se no futuro quisermos comunicar com alguém com menos de 40 anos, só nos resta aderir ao Facebook. Tal como fizeram 36 milhões de mães nos EUA para manterem os filhos debaixo de olho.
Simplesmente delicioso...

Mas, de facto, como comunicar com esta nova geração? Um estudo recente realizado pela Netsonda para a agência Fullsix, entitulado "Redes Sociais em Portugal", revela que os cibernautas não gostam de ser bombardeados com publicidade. A maioria dos inquiridos diz que quando quer publicidade vai procurá-la. Mais de 30% detesta anúncios e considera-os intrusivos e para 53% estes são irrelevantes. Entretanto, já 45% utiliza as redes sociais para se manifestar sobre produtos. Como será discutido na próxima aula, o consumidor quer cada vez mais menos interrupções e mais histórias...

Neste âmbito, deixo-vos uma nova sondagem "Qual a melhor estratégia para comunicar com a Geração Net?", embora as estratégias apresentadas não sejam, conforme já discutido nas aulas, mutuamente exclusivas.

P.S.: Aproveito também para lançar um outro desafio: num momento em que o interesse e ritmo vertiginoso de lançamento das mensagens torna necessário um acompanhamento cada vez mais próximo, por que não angariar mais seguidores do blogue?...


Boa Páscoa para todos!

5 comentários:

  1. Estranho texto.
    Não frequento o 'facebook' porque tenho mais que fazer. E a importância dada aos amigos não é mesma quando estamos perto dos cinquenta ou dos vinte. No estado destes últimos, os nossos amigos são tudo o que temos. Preferia o Paulo Miguel aos 16 anos, a qualquer um dos meus pais, que hoje se tornaram na coisa mais preciosa do mundo, enquanto o Paulo Miguel vive uma vida que desconheço.
    Portanto, nada mudou. Existe é um meio bem mais poderoso, que à 30 anos não existia. Ponto.
    Não frequento o facebook, porque temos assuntos que nos levam mais tempo...
    Mas, um destes dias, vi-me obrigado a responder a duas mensagens furiosas que pesavam no 'muro' da minha existência 'facial'. Bem, lá me senti 'obrigado' a responder a uma senhora de 50 anos e a um senhor de 46, justificando que raramente ia ao meu espaço facebook, pelo que não esperassem que visualizasse e,logo, respondesse às suas solicitações.
    Aconselhei-os a mandarem-me um email, usassem um telefone, ou, caso o quisessem, aparecessem lá por casa, pois a amizade que lhes tinha e que eles partilham a isso lhes dava direito...

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  2. MAS AFINAL, QUEM É A GERAÇÃO NET?

    Isto faz-me muita confusão, porque sinto que não analisamos a "geração net" de um ponto de vista sociológico. Apenas temos vindo a criticar (construtivamente, claro) e a caracterizar a mesma. Será que não pertencemos todos à Geração Net?!

    Eu também vivi a minha infância sem telemóveis, mas a partir do momento em que os avanços da tecnologia entraram nas nossas vidas, afectaram-nos a todos, em qualquer dimensão da nossa existência. Sem querer tirar mérito à autora, Antes do Facebook e Depois do Facebook parece-me um exagero.

    É que geração costuma significar a diferença de pais para filhos, sendo que avós, pais e filhos representam 3 gerações. Qual a pessoa mais velha que conhecem inscrita no Facebook? E não será que importa mais analisar a utilização do correio electrónico? Isso faz parte da Geração Net. A pessoa mais idosa que conheço e que envia emails a familiares e amigos tem 89 anos. Paulo, e isto é um parêntesis, às vezes as circunstâncias da vida afastam fisicamente as pessoas, ainda bem que o skype foi criado!!!

    Quantos adultos já não estão no Facebook? Eu JÁ sou adulta. Quem quer estar está, quem não quer, não está. Encontrar um equilíbrio na sua utilização seria positivo, mas isso já é outra história.

    Afinal de contas, todos somos a Geração Net, até as "36 milhões de mães nos EUA para manterem os filhos debaixo de olho".


    Em relação à nova sondagem, aproveito para dizer que votei Marketing Experencial / e considero também o Marketing Tribal (deixo o exemplo da parceria Vodafone-Rock in Rio que teve as recentes dance battles e está a desenvolver concursos no Facebook para os fãs ganharem bilhetes). A minha escolha é porque sem qualquer dúvida estas estratégias provocam uma imagem muito positiva da empresa - como já falámos: "não nos querem impingir nada".

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  3. De facto.
    Vou citar aqui um brilhante comentário de um miúdo de 15 anos sobre a sua mãe, de 47, que é das pessoas mais fanáticas que conheço na utilização do facebook (aliás, nesta faixa etária encontro amiúde, entre os meus conhecidos, os mais virtuosos e densos utilizadores da Internet, que suplantam a "geração net").
    Olhando de lado, depois de afastar o cabelo dos olhos com um trejeito que nunca tive oportunidade de ter e um sorriso de dedicada malícia, depois da mãe declinar um convite para um convívio num bar com um grupo de amigos: "Eu ía... mas quem sou eu, aqui preso a uma geração louca pela Internet..."

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  4. Realmente o mundo mudou muito em menos de vinte anos.

    Quando me formei, falta pouco tempo para vinte anos e cheguei ao meu primeiro emprego, nem sabia ligar o computador. O que me valeu foram uma dúzia de engenheiros que em duas penadas me deram uma valente ensaboadela sobre o mundo dos computadores.

    Volvidos quase vinte anos,já não consigo viver sem computador, email ou facebook.

    No entanto e como tudo na nossa vida é preciso encontrar o equilibrio.

    Deixar o computador em casa para apanhar sol e correr ao ar livre.

    É preciso esquecer o email, para sentir os amigos ao pé de nós e a sua amizade bem ao nosso lado.

    Largar o facebook e escrever a história da nossa vida em cada momento.

    É essa a mensagem que deixo aos meus filhos, que apesar de tudo, a proximidade, o poder das relações e cumplicidade ainda valem mais do que mil palavras no teclado.

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  5. Passo então a comentar o meu próprio post e ainda a comentar os restantes comentários :)

    O que é então a Geração Net? Normalmente conotada com uma determinada faixa etária, a Geração Net é sobretudo um estado de espírito.
    Tendo o surgimento do termo sido associado ao advento das novas tecnologias de informação e comunicação, em geral, e da Internet, em particular, a Geração Net é muitas vezes definida em função de dada época temporal, embora tal varie muito em função do contexto tecnológico, cultural, social e mesmo político ou económico do país/realidade em causa.
    Em Portugal, surge muito associada à geração nascida na década de 90, embora em termos internacionais seja alargada à década de 80 até 2000 (a Geração Net é por vezes também designada de Millennials).

    No entanto, e sem querer entrar em grandes discussões filosóficas, o que caracteriza e distingue a Geração Net é, mais do que a faixa etária ou mesmo o comportamento (uso, acesso e presença em novas ferramentas de comunicação, sejam estas o e-mail, as redes sociais ou os mundos virtuais) é a ATITUDE, extensivamente caracterizada e construtiva (e positivamente, julgo eu) analisada nas aulas (e que terá mesmo pontos emblemáticos comuns a outras gerações anteriores - porque e como não? - conforme também referido).

    Por exemplo, de acordo com o estudo da Netsonda é de facto verdade que o segmento que mais usa as redes sociais é o dos 26 aos 36 anos, presença justificada pelo desejo de reencontrar amigos de escola e contactos perdidos ou ainda por razões profissionais.
    Esta não é a lógica da Geração Net cuja principal motivação é o contacto permanente, a identificação e sentimento de pertença a um grupo e o entretenimento. Necessidades intemporais, mas agora exponenciadas pela disponibilidade de meios: querem e podem. Rápido, móvel, partilhado, relevante, lúdico. É a lógica do “EU QUERO FAZER PARTE”. E que apesar de muito conotada com a Internet, tem implicações em vários domínios da vida diária (social, profissional, estudantil,…)

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