quinta-feira, 31 de março de 2011

O Crowdsourcing e a Ajuda Humanitária

Nas nossas aulas, temos já falado do potencial do crowdsourcing, como forma das empresas recorrerem ao seu público para melhorarem a sua oferta, desde a concepção do produto ao desenvolvimento de campanhas de comunicação. No entanto, o crowdsourcing pode assumir um outro nível de actuação como nos mostra o artigo desta semana do New Work Times (http://www.nytimes.com/2011/03/28/business/28map.html?_r=1), acerca do recurso a este processo em situações de catástrofes humanitárias. É, de resto, o que está a acontecer neste momento no Japão, na Líbia e, aquando do terramoto de 2010, no Haiti. Esta foi a primeira grande catástrofe humanitária que recorreu ao crowd-sourcing para ajudar no terreno as equipas humanitárias dos diversos corpos internacionais, como as Nações Unidas ou a Cruz Vermelha. Uma vez que os organismos governamentais tinham praticamente desaparecido, não sendo capazes de prestar informações às equipas de salvamento, estas próprias organizaram-se, recolheram informação e em conjunto com organizações de mapeamento online (semelhantes ao Google maps mas com objectivos humanitários), foram construindo mapas com os locais onde era necessária a intervenção de equipas de salvamento. Foram, assim, “colhendo na multidão” as informações necessárias para orientara sua acção no terreno. Já na Líbia, o crowdsourcing tem sido sobretudo utilizado com fins jornalísticos, para localizar focos de violência ou o actual fluxo de refugiados. Por fim, os japoneses têm recorrido a mapas on-line para orientar os seus esforços de recuperação. Para isso, por exemplo, depois da falha nos reactores da central de Fukushima, foi pedido a pessoas com contadores Geiger para medirem os níveis de radiação nas suas cidades, criando assim um mapa com os níveis de radiação no Japão e na costa Leste dos E.U.A., proporcionando informação aos cidadãos que as próprias fontes oficiais não estariam a divulgar. Neste momento, o objectivo é tornar a comunicação entre “crowdsourcers” e equipas de salvamento mais eficiente, para melhor dar resposta a estas crises. Ainda assim, aqueles que continuam a acreditar que podem contribuir para um mundo melhor, podem agora “à distância de um clique” colaborar com quem actua no terreno.

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