sábado, 7 de junho de 2014

Crowdfunding: um balanço do caso português

O Crowdfunding foi criado em Portugal em 2011 e, apesar de ainda desconhecido pela maioria dos Portugueses, a verdade é que as plataformas de financiamento colaborativo online no nosso país já terão angariado cerca de um milhão de euros, entre campanhas de âmbito social, cultural e até político (caso da campanha de António Costa para a presidência da CM de Lisboa).
O conceito de crowdfunding envolve multidões de desconhecidos dispostos a financiar projetos, através de plataformas online, entregando contribuições monetárias a partir de um euro. Em troca, estes investidores recebem uma contrapartida em linha com o valor entregue. O caso do Nuno Markl, que lançou uma campanha para financiamento do filme "Por ela", é já bastante conhecido (e, como contrapartida, o tipo até subiu a Torre dos Clérigos enquando cantava Cher. Vejam o vídeo em baixo:-)!!!), bem como outros casos (também abordados no blogue, como o da Benedita Pereira!)
 

Em Portugal, a PPL e a Massivemov são as duas plataformas generalistas mais conhecidas, das poucas que existem, destacando-se depois a Olmo e o Bes Crowdfunding (trabalha em colaboração com a PPL), ambas para promover e apoiar projetos de natureza social.
Na maior plataforma em Portugal, a PPL, a taxa de sucesso ronda os 49 % e já foram angariados até ao momento mais de 500 000 euros para apoiar 170 projetos. Através da página de Internet da Massivemov, já foram financiados 33 projectos, num total de 103,5 mil euros, com uma taxa de sucesso de 52%. O valor médio de apoio situa-se nos 33 euros no caso da PPL e nos 46 euros na Massivemov.
Já nos Estados Unidos, onde a escala é muito superior à portuguesa, os valores angariados atingiram os 5,1 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros) só em 2013. Aliás, só o projeto de um dos primeiros relógios inteligentes do mercado, o Pebble, angariou mais de dez milhões de dólares (7,3 milhões de euros) em apenas 37 dias.

Estes números evidenciam que, em termos culturais, somos diferentes dos americanos e a nossa postura face ao empreendedorismo também é distinta. Porém, em algumas áreas de negócio, o crowdfunding pode seguramente representar um complemento ao financiamento tradicional com bastante potencial.

Fonte: Jornal Público de 2014-06-07

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