quinta-feira, 30 de abril de 2015

Estão prontos?

Cada vez mais os consumidores são sensíveis às publicitações das marcas, desde logo porque dificilmente estas conseguem ocultar informação. Como tal, apesar de o marketing tradicional ainda ser um meio complementar para várias marcas, perdeu peso face ao marketing digital. Logo, é fundamental que os meios tradicionais sejam alusivos e capazes de conseguir reter a atenção do consumidor, que já sabemos que é escassa.

Devido ao facto de nos estarmos a aproximar do Verão, a empresa Protein World aproveitou os conceitos adjacentes a essa época, como a praia, para promover no Reino Unido os seus produtos com a pergunta Are you beach body ready?. Porém, para acentuar a mensagem, esta é acompanhada por uma modelo visivelmente em forma.

Perante esta campanha publicitária, o público-alvo inglês reagiu afirmando que foi mal intencionada e que era ofensiva, visto que, transmite a ideia de que é necessário deter um formato "standard" para puder usufruir da praia. Logo, face ao descontentamento verificaram-se diversas reações. Várias pessoas recorreram à rede social Twitter para comentar e obviamente criticar a campanha.

Houve ainda quem fosse mais criativo fazendo o seu próprio conteúdo (quase como se se tratasse de UGC) onde promoveram o seu corpo com um biquíni semelhante ao da modelo para transmitir a ideia de que mesmo as pessoas que não possuem um físico daqueles, também estão prontas para o verão!
Uma outra rede social que também foi utilizada foi o Facebook, onde foi criada uma página denominada Todos os Corpos Estão Prontos para a Praia. Consequentemente, mais de 45 mil pessoas assinaram uma petição exigindo que os cartazes fossem retirados.

Para os criadores da petição, a organização está a "tentar fazer com que as pessoas se sintam fisicamente inferiores à imagem irrealista da modelo bronzeada, para conseguir vender o seu produto (…) As funções reais de um corpo são bem mais importantes do que 'estar preparado para a praia. O que é um corpo preparado para a praia? E o que não é?".

Além disto, um grupo constituído por mulheres - Feminists - não só colou post-its nos cartazes na linha de metro de Londres como também modificou a frase original. De seguida, tiraram fotografias e divulgaram-nas com o intuito de apelar e contagiar exponencialmente outros utilizadores promovendo o power to you. Ou seja, apostaram no marketing viral como forma de promover e comunicar eficazmente a sua insatisfação.



Por sua vez, as perceções e interpretações divergem entre os consumidores. Por isso, também se verificou o oposto, isto é, vários seguidores da marca falaram em sua defesa, afirmando mesmo que "trata-se de marketing para um determinado segmento e que não é ofensivo. Trata-se de gerir um negócio tal como os concorrentes o fazem." Houve também quem afirmasse que o anúncio é meramente publicitário, uma vez que motiva as pessoas que querem ter um corpo “adequado”.

Como se pode ver, o facto de o Twitter ser utilizado pelos próprios consumidores para defender a marca acaba por permitir de certa maneira controlar a mensagem. 
Logo, tratando-se de utilizadores que partilham interesses comuns, faz com que se dê ênfase ao elo emocional que os une.

Então, isto significa que a marca não se sente pressionada a ter que alterar a sua estratégia uma vez que conta com um grupo social que também tem capacidade de influenciar globalmente (marketing tribal).

Assim, o diretor da organização afirmou que os cartazes são legítimos e por esse motivo não serão retirados e que a organização só daria atenção à petição caso esta conseguisse mais de um milhão de assinaturas. No entanto, fez uma declaração pública afirmando que "É uma vergonha que, em 2015, ainda haja uma minoria que não está focada em celebrar quem aspira a ser mais saudável, em forma e forte". "Preparar-se para a praia não é um conceito novo. É uma moda que milhões seguem por todo o planeta" (…) demonstraram atos de vandalismo e de comportamento extremista”.

Ora, a existência de uma página aberta a toda a comunidade permite-lhes incluir os consumidores na sua comunicação assim como fornecer-lhes feedback (3.0). E, temos visto que a capacidade de resposta às reclamações tem influência na sua reputação e no WOM associado a isso. Mas, também sabemos que uma percentagem significativa de pessoas segue as marcas nas redes sociais, onde parte reconhece que isso influencia a compra. Então, o que acham da justificação dada?

Contudo, estamos perante uma geração que não é fiel às marcas e que questiona frequentemente o que é feito e dito por elas. Portanto, devido às divergências de opiniões, é provável que estejamos perante um exemplo em que a marca não vai modificar a sua estratégia de marketing por pressão dos consumidores.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Compras online entre os portugueses: em crescimento e via PayPal

O e-commerce português tem vindo, claramente, a seguir a tendência dos países do sul da Europa, com um aumento exponencial nos últimos anos. Com a internet a promover o consumo e com a Geração Net a dar de si – pela comodidade e variedade de escolhas – a verdade é que o e-commerce veio para (simpli)ficar.


Com o sentimento económico a melhorar (Dinheiro Vivo, 2015) – uma vez que os portugueses estão mais dispostos a comprar (ainda que não sejam compras caras) – também as compras online se reveem neste clima positivo.

As compras online em B2C cresceram, em Portugal, 13% e atingiram os 2,9 mil milhões de euros em 2014. Cada e-comprador português despendeu, em média, 988€ em bens ou serviços online, acima de Espanha e de Itália, segundo o comunicado da ACEPI (Computer World, 2015).

A ACEPI é a Associação da Economia Digital Portuguesa e juntou-se à Ecommerce Europe, uma organização europeia para o comércio eletrónico que junta empresas que dispõe os seus produtos e/ou serviços online.

Para a Associação da Economia Digital, esta é uma ótima parceria dado o alinhamento que existe entre as duas organizações e o potencial de trabalho conjunto. Segundo François Momboisse, presidente da Ecommerce Europe, “A Europa do Sul é um importante mercado emergente no comércio eletrónico e, com esta adesão, podemos representar ainda melhor os interesses da região no comércio eletrónico”.

ACEPI - EE
Em Portugal, e segundo dados do B2C Ecommerce Report de 2013, 7 milhões de pessoas têm acesso à Internet, sendo que 2.7 milhões destas são e-shoppers. O mercado das compras online representou, nesse ano, 1.57% do PIB, num total de 2,6 mil milhões e euros, gastos em igual medida em serviços e em produtos. 3.1% das compras de bens de retalho são agora feitas online. Ao ano do relatório, Portugal ocupava a 5ª posição no ranking dos 8 países do Sul da Europa, posição que tem vindo a melhorar.

No entanto, 61% das pessoas com acesso à Internet não adquiriram, no ano de 2013, quaisquer bens ou serviços online, constituindo um segmento de 4,3 milhões de pessoas inativas online. Se, em 2010, o valor médio despendido por e-shopper era de 860€, em 2014 esse valor chegou quase aos 990€, com níveis de penetração multi-dispositivos: telemóvel (115%), internet (64%), smartphone (30%) e tablet (9%).

Grande parte das compras são efetuadas com recurso ao Paypal, que regista, de momento, 500 mil contas ativas em Portugal, num universo total de 165 milhões a nível mundial e 4 milhões a nível Ibérico. 70% das grandes marcas nacionais incorporam já este sistema nas suas lojas online, entre as quais as do grupo Sonae, TAP, Rede Expressos, entre outros. Hoje, já é possível encontrar a opção PayPal em 100 milhões de comerciantes a nível mundial e fazer compras em cerca de 100 moedas diferentes. Este sistema veio, segundo o responsável pela Paypal em Portugal, ajudar o comércio online a “chegar a países onde o cartão de crédito não é muito utilizado. Porque com o selo PayPal as pessoas sentem-se mais seguras ao fazer compras online” (Observador, 2015).

Em Portugal, cerca de 20% das compras efetuadas através da PayPal ocorrem em dispositivos móveis, dado que o cliente não tem custos com a utilização. O comerciante paga uma taxa variável à empresa, que é tanto menor quanto maior for o número de vendas que esta fizer. A plataforma funciona ainda como mediadora de conflitos entre compradores e vendedores, seguindo a tendência de desintermediação e dos novos intermediários, com mecanismos de combate à fraude. Os portugueses compram, essencialmente, produtos de moda, eletrónica e viagens, e dividem-se entre o PayPal e o cartão de crédito para efetuar os pagamentos, este que constitui o seu grande concorrente.

Miguel Fernandes, da PayPal Portugal, garante que a crise foi uma grande oportunidade para as empresas online. Em 2014, as receitas da Paypal ultrapassaram os 7 mil milhões de euros, mais 19% do que no ano anterior, com um grande peso do eBay, e o volume de pagamentos fixou-se nos 212,2 milhões de euros no mesmo ano, mais 34% do que em 2013.

Mais do que uma oportunidade para as empresas online, a crise constituiu uma oportunidade para os novos intermediários, e, essencialmente, para o consumidor. Cada vez mais exigentes, poderosos, atentos e participativos, os e-surfers procuram comodidade, variedade ou, tão somente, informação, podendo optar pela experiência ROPO.

E os alunos de Web Marketing e Comércio Eletrónico, fazem compras online?

Fontes consultadas:
Computer World (2015): ACEPI adere à Ecommerce Europe.

Dinheiro Vivo (2015): A vontade de Comprar voltou. 10 regras para decisões inteligentes. http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/interior.aspx?content_id=4535691

Observador (2015): 500 mil portugueses utilizam PayPal para comprar onlinehttp://observador.pt/2015/04/23/500-mil-portugueses-utilizam-paypal-comprar-online/

segunda-feira, 27 de abril de 2015

O Marketing e os 5 sentidos

Longe vão os tempos em que um mero outdoor publicitário era suficiente para cativar a atenção dos consumidores. Atualmente, vivemos numa era em que a atenção do consumidor é escassa e o marketing tradicional revela-se insuficiente para o cativar.  
As marcas vêem-se por isso obrigadas a ser cada vez mais irreverentes, apostando em novas maneiras de comunicar os seus produtos e prender a atenção dos consumidores. Uma das estratégias passa pelo marketing sensorial, apelando a outros sentidos que não a visão (outrora o único sentido estimulado pela publicidade). Que o digam marcas como a Carlsberg e a Burger King



A primeira optou por fazer publicidade à sua cerveja aliando a um outdoor no centro de Londres (com a frase “Provavelmente o melhor poster do mundo”) uma torneira através da qual era distribuída cerveja da marca aos transeuntes maiores de idade que por ali passassem. Estes tinham assim oportunidade de testar o produto publicitado pela Carlsberg e confirmar se o slogan da campanha era efetivamente verdadeiro.


Esta iniciativa foi justificada pelos responsáveis da marca com o objetivo de "posicionar a marca Carlsberg na frente (literalmente) do maior número de consumidores de cerveja possível. Para fazer isso, nós temos que pensar numa abordagem diferente e não confiar apenas na propaganda de TV".
Fonte: Exame


Já a Burger King optou por tentar cativar clientes através do olfato, espalhando por Madrid vários mupis que emanavam o cheiro a hamburgeres e fumo (típico dos restaurantes da marca) tentando assim incitar nos consumidores a vontade de visitar o Burger King mais próximo.

Como abordado nas aulas, a Geração Net valoriza o aqui e agora, quer viver experiências novas e estar ligada a marcas que pensem “fora da caixa”. Iniciativas deste género poderão ser o caminho a seguir pelas marcas para conseguir captar a atenção de um público-alvo cada vez mais exigente.

Num mercado cada vez mais competitivo, será esta a estratégia a seguir pelas marcas para cativar consumidores?
E nós, enquanto consumidores, seremos mais sensíveis a este tipo de estratégias do que ao marketing dito tradicional? 

Android apanhado a “urinar” no logótipo da Apple: um “ups” estratégico de Marketing de guerrilha ou simplesmente user-generated content?

A discussão corre já vários websites internacionais e a notícia foi avançada hoje pelo JN.
Ao navegar no Google Maps, um utilizador encontrou uma imagem provocadora e algo cómica onde pode observar-se o logótipo do Android a urinar sobre o logótipo da Apple. (Que ultraje!)



A imagem pode ser encontrada em Rawalpindi, no Paquistão, ou ainda através das coordenadas 33°30'52.5"N 73°03'33.2"E.
Dividem-se as opiniões sobre a sua origem, que é apontada num Easter Egg da Google (features escondidas pela Google no motor de busca ou na utilização das suas aplicações), embora alguns experts acreditem que se trata de uma brincadeira gerada por um utilizador.





É bastante provável que se trate do segundo caso, já que é possível a qualquer cibernauta utilizar a ferramenta Map Maker, que permite adicionar contributos ao Google Maps. Acredita-se que a origem desta imagem possa estar associada a uma utilização abusiva da aplicação, mas há também quem acredite que possamos estar perante um passo estratégico da Google, claramente enquadrado numa tentativa de marketing de guerrilha com o seu maior concorrente.

É também verdade que houve já outros reports de situações abusivas, algumas que não jogam sequer a favor da Google, como pode verificar-se pela imagem abaixo (pode encontrar-se no Google Maps, na floresta de Takht Pari, também no Paquistão)



Precisamente por essa razão, poderá a Google ter-se aproveitado destas “falhas comprovadas da aplicação” para, escondendo-se atrás do nome de um utilizador “falso”, tentar subtilmente demonstrar a sua aversão pela concorrente Apple? Ou estamos apenas perante uma brincadeira de um utilizador aborrecido?

Não se tratando de nenhuma das hipóteses anteriores, o logótipo Android enfrenta uma séria pena de prisão por atentado contra o pudor na via pública, porque urinou em cima de uma maçã. Na via pública. No Paquistão.

sábado, 25 de abril de 2015

Live for Now - Pepsi Challenge

A Pepsi lançou no mês de Março uma iniciativa global Pepsi Challenge onde convida os consumidores a participar em vários desafios, que serão lançados mensalmente nas redes sociais, tendo por base diferentes temáticas, desde a tecnologia, a música, o desporto e o design. Pela participação poderão ganhar várias recompensas e experiências. Basta acederem ao site oficial da marca, facebook, twitter, instagram...
Para "apadrinhar" cada desafio, a marca conta com conhecidos embaixadores capazes de desafiar os limites como Usher (vencedor de oito Grammys e com mais de 65 milhões de discos vendidos), a tenista Serena Williams, James Rodríguez, Usain Bolt (homem mais rápido do mundo e dono de seis ouros olímpicos), Nicola Formichetti (estilista famoso por seu trabalho na Diesel, Uniqlo e Lady Gaga) e Jerome Jarre (fenômeno das redes sociais com a conta no Snapshot mais seguida do mundo)



Durante este mês de Abril e até meados de Maio, a Pepsi coloca nas mãos dos seus consumidores o poder de criar uma nova imagem para a sua lata. É a oportunidade que a geração millenials tanto aprecia: conseguir criar e inovar com o seu talento criativo fazendo uma nova imagem para a lata.
O Desafio do design " Live for Now" está lançado e não tem limitações - basta ter imaginação!
O grande vencedor ganhará uma experiência ao lado de um conhecido design do setor.
Conseguirá a marca bons resultados dando empowerment aos seus consumidores?
A marca junta ao desafio a responsabilidade social - sempre que os utilizadores usem a hashtag #PepsiChallenge nas redes sociais, a Pepsi doará US$ 1 à organização Liter of Light, para levar iluminação sustentável aos países mais pobres, incluindo Quênia e Colômbia.

Pepsi Challenge

"O novo Desafio Pepsi procura encorajar os consumidores de todo o mundo a sair de sua zona de conforto e aceitar um novo desafio e oportunidade. O design é, há muito tempo, um paraíso para aqueles que ousam fazer as coisas de maneira diferente, de forma que queríamos que um de nossos primeiros desafios globais se conectasse diretamente com essa destemida classe de criadores", disse o vice-presidente sênior e CMO (chief marketing officer) da PepsiCo Global Beverage Brands, Kristin Patrick. "

À semelhança dos vários exemplos já vistos nas nossas aulas, estamos perante mais uma iniciativa onde o conteúdo irá ser gerado pelo próprio utilizador.
A motivação não virá da recompensa, nem da participação de celebridades, mas do reconhecimento do que poderão criar!
Estamos perante blended marketing: a marca promove-se envolvendo os seus consumidores, utilizando da melhor forma as redes sociais e ao mesmo tempo, o desafio será divulgado na TV, na radio, em embalagens especiais e publicidade na rua.
É um desafio global que passará por vários países, diferentes culturas, várias línguas, diferentes comportamentos do consumidor...

Conseguirá desta forma a marca "renascer" e combater a sua concorrente Coca-Cola?
Esta geração irá apoiar este desafio colaborativo?

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Uma rede viciosa?

Temos vindo a apontar os inúmeros conceitos que a inovação tecnológica proporcionou, nomeadamente novos paradigmas na comunicação, UGC, proatividade e interatividade, massificação da personalização, marketeers e geração net, desintermediação, entre muitos outros. No entanto, não nos podemos esquecer que com isso também surgiram conceitos como dependência e adaptabilidade.
Deste modo, Ivone Patrão, doutorada em psicologia aplicada e docente do Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida realizou um estudo sobre Jovens e o Uso Problemático da Internet (UPI): A relação com a ansiedade, depressão e stress, onde foram inquiridos 645 jovens do ensino básico.
Assim, este estudo determinou que existe uma "relação significativa" entre o UPI e a ansiedade, depressão e stress nos jovens. Esta afirmação foi suportada pelo facto de 10% da amostra inquirida apresentar UPI, no qual 40% assume dependência de estar always on. Além disso, também foi apurada uma relação entre este uso da internet e o bem-estar.



Ora, apesar de esta percentagem à partida não ser preocupante, Ivone é uma investigadora que tem contacto diário com o fenómeno de dependência dos jovens face à internet. Por conseguinte, reconheceu que esta situação não só está a aumentar como o UPI é "uma patologia", onde já existem “tratamentos" para o combater.

Fatores como a irritabilidade quando são privados de jogar, sobretudo a uma determinada hora em que outros colegas também estão a jogar, foram determinantes para a análise. Contudo, o problema não consiste apenas no facto de não puderem estar on-line quando querem e à hora que querem (que como vimos é uma característica da comunicação atual mais concretamente da geração net - YES WE CAN). Como tal, também se verificou que há adolescentes deprimidos em que a internet funciona como um refúgio assim como ausência de atividades que envolvem o contacto com outras pessoas. Portanto, isto vem confirmar que estamos numa geração que apesar dos diversos atributos de que beneficiam, como por exemplo usufruir de ambientes fortemente visuais e tecnologicamente evoluídos, desde cedo apresenta elevada dependência deste sistema global de redes.
Logo, isto demonstra que o estado de dependência é de tal maneira elevado que as novas gerações associam o seu bem-estar à utilização desta rede, o que poderá ter sérias repercussões na socialização e desenvolvimento do público juvenil.

Tem-se vindo a debater se os consumidores ficaram mais ou menos poderosos com a evolução tecnológica. E, pelo que já vimos, de certo modo possuem mais poder visto que o seu comportamento tem muito peso no modo como as marcas atuam e na sua performance. Mas, apesar de atualmente serem chamados de “ consumidores livres” vêm-se limitados, o que por sua vez condiciona essa liberdade.

"É contraditório, mas compreensível, dado a faixa etária e as tarefas comuns na adolescência (…) conseguem estar conetados ao grupo de pares e sentirem que pertencem ao grupo, ainda que a via seja o on-line. Até jogar os jogos on-line dá a perceção de pertencer a um grupo, apesar de haver pouca comunicação entre eles, pois o tema é só o jogo.
Atendo todos os dias jovens e famílias que chegam por vários motivos, como alterações no comportamento dos filhos, faltas às aulas, tempos livres totalmente ocupados com o computador (…) Começamos a ver que não têm amigos, não têm rede -- além da on-line - e isso vai pô-los em risco”.


Como tal, identificam-se com estes jovens?

Dove Choose Beautiful - o reforço do marketing viral

De há alguns anos para cá, a Dove resolveu modificar o paradigma das empresas de cosmética, ao assumir a ideologia do "Real Beauty", isto é, as mulheres não são apenas o estereótipo e modelo de beleza que as empresas e comunicação social lhes impingem todos os dias. Todas as mulheres e todas as formas são bonitas e assumidas como tal.

Este movimento teve um enorme sucesso (já retratado aqui no blogue) e na senda do mesmo, a Dove lançou a sua nova campanha "Choose Beautiful". Nas portas de um edifício, as mulheres deparavam-se com duas hipóteses diferentes: uma porta dizia Beautiful (bonita) e outra dizia Average (comum). Cada uma teria apenas que decidir por qual entrar. Vejam as reacções das mulheres, perante este dilema.



Parece-me uma ideia bem delineada para analisar a auto-imagem e auto-estima do público-alvo da Dove, reforçando a mensagem e imagem da marca. Ao mesmo tempo, a Dove pode aproveitar, novamente, do efeito de marketing viral que as suas campanhas habitualmente originam. Será que esta terá o mesmo sucesso e alcance da original campanha "Real Beauty"?

quarta-feira, 22 de abril de 2015

SEO – Search Engine Optimization

O SEO corresponde à otimização de procura nos motores de busca das nossas Keywords.
As nossas palavras chave são a forma de aparecer nos primeiros lugares quando alguém pesquisa sobre o nosso negócio – Google Search.

Tem como passos principais:
Definir as palavras chave do nosso negócio,
Investigar as keywords adotadas pelos nossos concorrentes, nos seus sites.

No Google Trends conseguimos verificar as tendências do momento, é um trabalho sistemático, a fazer por ex. semanalmente.
No Google Analitycs, devemos primeiro registar a empresa, receber código e inserir no nosso site nas diferentes páginas. Após, devemos inserir as Keywords no nosso site.
Periodicamente receberemos relatório de atividade enviado gratuitamente pela Google. Este é um investimento de longo prazo mas de custo baixo.
Para anular esta estratégia das empresas, a Google, altera periodicamente o algoritmo do motor de busca e para muitos pode ser uma verdadeira catástrofe.

Na sequência do post da Rita Andrade, muito pertinente pela importância para uma estratégia de sucesso do Marketing Digital, esta notícia é de ontem 21 de Abril:

Hoje a gigante dos motores de busca vai alterar o núcleo da tecnologia que usa para processar a informação no Google. Quem não tiver um site pensado para o ambiente móvel vai sair muito prejudicado.
O que pode ser bom para os consumidores, pode ser muito mau para quem tem uma empresa. A Google já tinha anunciado e hoje, 21 de abril, é o dia: uma alteração no algoritmo do motor de busca vai dar destaque aos sites que são mobile-friendly, o que para muitas empresas significa uma descida acentuada no ranking da tecnológica norte-americana.

E o caso pode ser tão dramático para algumas empresas que o caso já está a ser apelidado de mobilegeddon, isto, o armagedão de muitas organizações. Isto porque para muitos negócios online, uma boa posição no Google significa maior entrada de receitas. Uma má presença significa justamente o oposto.
A Google já tinha anunciado a mudança em fevereiro e disponibilizou ainda informação para que os programadores pudessem adaptar as páginas Web para que sejam compatíveis com dispositivos móveis.
O risco desta mudança está junto das páginas de pessoas que não têm conhecimento da mudança que vai decorrer nos próximos dias e que vai alterar de forma significativa os resultados do Google Search.

Um estudo da empresa de marketing online Somo mostra também que sites ligados a entidades de renome - União Europeia, Windows Phone, Nintendo, Ryanair, Versace e Danone, por exemplo - podem sair bastante prejudicados caso não façam as devidas alterações no código das respetivas páginas online.
Os sites que são responsivos, que têm letras grandes e cuja navegação entre links seja facilitada estarão de acordo com as novas exigências da Google, algo que será "favorecido" nos resultados do motor de busca.

Esta é uma forma da gigante de Mountain View obrigar os administradores dos sites a adaptarem as páginas às novas exigências de consumo. De acordo com o Business Insider, 60% do tráfego online já é gerado por dispositivos móveis.

Aqui podem ler a notícia original:
http://tek.sapo.pt/noticias/internet/google_altera_algoritmo_do_motor_de_busca_e_p_1438328.html

No nosso trabalho de grupo abordamos este tema nos capítulos 5.2 e 5.4.
Numa lógica SEO as organizações adquirem vantagem fazendo um trabalho consistente?
Fico na expetativa dos vossos comentários

segunda-feira, 20 de abril de 2015

The Unique Connection - uma nova campanha que toca o coração dos consumidores

O dia da Mãe está próximo e, como tal, surgem inúmeras campanhas para assinalar este dia.
A marca dinamarquesa de joias Pandora lança uma campanha que toca o coração dos consumidores ao colocar crianças vendadas que, apenas com o toque, o cheiro, com abraços são capazes de reconhecer a sua mãe!
Entre um abraço e um toque, dão a conhecer as suas pulseiras, anéis, brincos que são as escolhas de cada mãe.
A marca transmite a ideia clara e que entra em destaque neste vídeo de que cada mãe é única e, por isso, merece um presente tão único como ela...
Evidencia também a ligação única entre mães e filhos. A mensagem é forte e envolta de muita emoção!


Vejam o video  em https://youtu.be/DRoqk_z2Lgg que já registou mais de um milhão e 200 mil espetadores!
Conseguirá a marca cativar os seus clientes e vender mais produtos?

O maior motor de busca inicia alteração

Google, o motor de busca mais utilizado em todo o mundo, vai fazer uma enorme alteração já amanhã!



Esta empresa como já havia anunciado anteriormente, a partir de amanhã irá dar preferência às páginas que estão preparadas para serem utilizadas em plataformas móveis, ou seja, ao fazer-se uma pesquisa irão aparecer em primeiro lugar as páginas que estejam "formatadas" para versões móveis.
Sendo que 60% do tráfego é executado a partir destas.

Este anúncio foi realizado com antecedência de modo a que as empresas que pretendessem, efectuassem as devidas alterações para não sofrerem qualquer mudança ao seu acesso. Para isso, a Google disponibilizou um ficheiro que indica todas as alterações necessárias.

Assim, criou-se o "mobile-friendely", sendo este o nome atribuído às páginas que cumprem os requisitos para serem devidamente utilizados nos smartphones e/ou tablets. Estas páginas deverão, por exemplo, evitar softwares que não sejam compatíveis com as tecnologias móveis, o texto deverá ser possível de ler sem ser necessário fazer zoom ou colocar o dispositivo na horizontal, entre outros aspetos.

Na medida em que cada vez mais utilizamos as plataformas móveis para fazer pesquisas, penso que esta alteração será uma mais valia para os utilizadores, oferecendo um acesso mais fácil e por consequência, uma melhor qualidade no resultado final.


Na vossa opinião, acham que as empresas vão aderir ao "mobile-friendely" e adaptar as suas páginas a esta mudança da Google?

"Marcado" para a vida: Os objectivos corporativos e a sua influência na sociedade

Marcado, sim, mas não no sentido pejorativo. Não com a conotação negativa que o ser humano tendencialmente poderá associar à expressão “ficar marcado para a vida”. É sabido, no entanto, que pela influência da própria inevitabilidade da vida, todos iremos passar, uns mais do que outros, por momentos negativamente marcantes.


Este é um processo diferente. O processo em que, por influência de uma globalização cada vez mais inevitável e incontestável, somos assoberbados com um leque de informação que não temos sequer tempo de absorver e sob a qual não temos qualquer tipo de controlo. O processo em que, por influência directa ou indirecta dos maiores players corporativos (nacional ou internacionalmente), nos são impostas determinadas premissas que deveriam, em princípio, ser tidas como universais para cada um de nós – e a verdade é que acabamos por acreditar nelas, acabamos por nos deixar reger por elas e, involuntariamente, acabamos por desenvolver um “pensamento de massas”, uma atitude de consentimento, da qual todos somos “vítimas”, em maior ou menor escala.

Nós somos adultos, no entanto. Temos vindo a compreender de forma mais assertiva a sociedade em que estamos inseridos e a desenvolver uma maior consciencialização no que respeita às marcas e à sua influência sobre o consumidor. (Isto acontece por isso, porque somos adultos).

Crianças não são adultos. Crianças não entendem as razões pelas quais devem seguir as “regras” que lhes são impostas - mas seguem. Crianças não têm poder de decisão sobre aquilo que comem, vestem, vêem ou sobre o local onde os pais irão despender o seu dinheiro para providenciar os cuidados de saúde de que necessitam. Crianças não compreendem os “tags” que as empresas, voluntária ou involuntariamente lhes colocam, ainda em período prematuro das suas vidas, tão frágeis.

Missão, Visão e Valores: Todas as empresas os têm. Todas as marcas internacionalmente conceituadas desenvolvem projectos de grande escala em torno destes critérios. E todos nós, mais cedo ou mais tarde, acabaremos por ser “atingidos” por estas acções, deixando-nos influenciar por elas. (Ou não: como disse, cada vez mais a nossa consciencialização social joga a nosso favor.)

Quais os verdadeiros valores que devemos incutir nas nossas crianças, no nosso futuro? Os das grandes marcas, ou os de respeito, bondade, generosidade e partilha que (em princípio) nos ensinaram a nós?

domingo, 19 de abril de 2015

Alors on Twitter

O cantor belga Stromae lançou este mês um vídeo de animação invulgar para o seu mais recente single "Carmen". O vídeo tem como personagem principal o cantor, em versão desenho animado e o seu amigo "Tweeter", um pássaro azul que representa a rede social Twitter.


O vídeo transmite uma mensagem forte do cantor, que denuncia a obsessão pelas redes sociais de hoje em dia e que a popularidade tem um preço alto a pagar.

À medida que o vídeo se desenvolve vai adotando um lado escuro, onde o poder alienante do seu amigo pássaro azul (ícon da rede social) vai aumentando de tamanho, e vai ficando ameaçador, possessivo e ciumento, acabando por controlar a vida do protagonista. Uma metáfora que nos diz que os seguidores vão exigindo mais e mais atenção da sua parte, fazendo com que ele perca as coisas boas da vida.

Situações do quotidiano em que ele deveria prestar atenção às pessoas importantes da sua vida e vê-se privado pois o seu "amigo" requer cada vez mais atenção.



Stromae cria publicações que ironizam as postagens mais comuns da rede social, como fotos de comida, fitness e outras superficialidades. Rapidamente o video se transforma num "Twitter Apocalypse" onde todo o individuo é totalmente dependente do "maldito" pássaro para viver, representando a dependência das redes sociais da geração net.






O "Tweeter" após acabar com a vida do cantor e de mais umas quantas celebridades (Lady Gaga, Obama e Rainha de Inglaterra) volta á sua vida e passa para a próxima vítima.

O vídeo é direcionado por Sylvain Chomet, diretor de filmes de animação francês, conhecido por L'illusionniste e Paris, je t'aime e é, para mim, um dos mais brilhantes dos últimos tempos.

O que acharam? O que acham desta relação obsessiva do uso de redes sociais, para obter o sentimento de proximidade com celebridades?




Haverá sensibilização?

Recentemente, o rapper Jay Z adquiriu a empresa sueca Aspiro especializada em streaming de alta qualidade para músicas. Como tal, a empresa do artista - Project Panther Bidco - passará a controlar dois serviços: WiMP e Tidal. Enquanto o WIMP está disponível em vários países como Alemanha e Dinamarca, o Tidal apenas está disponível nos EUA e no UK. Logo, o desafio consiste em expandir a área de negócio e disponibilizar o serviço em 35 países, incluindo o mercado português. 
Sendo o Tidal um serviço de streaming de música online, a organização deseja fornecer um serviço com áudio e vídeo de alta definição e conteúdos exclusivos no qual estão disponibilizados álbuns e temas. Mas, também pretende que os criadores de música norte-americana tenham controlo sobre o que é disponibilizado, isto é, quer uma plataforma que seja propriedade dos artistas.

Deste modo, para aceder ao serviço existirão duas subscrições mensais: 10 dólares se for um formato comprimido e 20 dólares para streams com qualidade de CD. No entanto, os consumidores podem experimentá-lo de forma gratuita durante 30 dias, o que é benéfico para eles visto que atualmente os clientes valorizam a opção de experimentar antes da (potencial) aquisição.

Este serviço já conta com 25 milhões de faixas de música disponíveis, 75 mil vídeos e conteúdos editoriais escritos por jornalistas. Contudo, será que conseguirá ultrapassar os 60 milhões de utilizadores do Spotify onde 25% deles têm subscrição paga?


Ora, sendo actualmente liderado por plataformas como o Spotify e Deezer, o mercado de streaming está cada vez mais competitivo. Um exemplo disso é a Apple, que em 2014 comprou o serviço de música online Beats Music e prepara-se para lançar um serviço semelhante. Por conseguinte, a perceção de quem já utiliza estes serviços pode não diferir deste “novo” serviço. Assim, segundo o artista, esta aquisição consiste em “dar uma nova direção ao setor musical de um ponto de vista criativo e comercial". 

Artistas com elevada influência como Rihanna, Kanye West e Madonna também aderiram. Para tal, utilizaram o Twitter (que já sabemos é uma ferramenta eficaz de comunicação e de influência) com o intuito de contagiar exponencialmente a mensagem onde mais tarde serão os próprios consumidores a transmiti-la (WOM).

Desta forma, a estratégia de Jay Z passa por apelar aos artistas a defenderem e promoverem as suas editoras, divulgando uma música semanalmente no Tidal antes de o fazerem junto de outros serviços, criando uma oferta de exclusividade para os utilizadores. Portanto, será que conseguirão sensibilizar os consumidores e persuadir os fãs leais? Quererão os fãs fazer parte? 
Apesar da lealdade ter limites, o que é certo é que se trata de um dos artistas norte-americanos mais bem sucedidos na indústria musical.

Todavia, algumas das críticas apontadas consistem no facto de ser um serviço mais caro face à concorrência e que irá valorizar os artistas com mais notoriedade. Por isso, até que ponto estarão esses fãs leais dispostos a pagar?
Tratando-se de um mercado dominado por outras plataformas, é necessário que seja um serviço inovador e que faça com que os consumidores se identifiquem com ele. Logo, ao existirem cada vez mais serviços deste género, mais os consumidores vão querer experimentar pois os novos são menos fiéis e gostam de consumir novos produtos.
Um dos aspetos que o diferencia é a "imagem" que estão a tentar passar de que esta ferramenta passa pelo sentimento de comunidade em que que há um beneficio comum para ambas as partes (artistas e utilizadores). E, o facto de se pretender agrupar diversos artistas pode demonstrar a ideia de que reside um elo emocional entre eles e que se uniram em prol desta indústria. 

 
  O desafio é pôr todos a respeitarem a música outra vez, a reconhecerem o seu valor. A água é gratuita. A música custa seis dólares, mas ninguém quer pagar pela música. Devíamos beber água de forma gratuita da torneira – é uma coisa bonita. E, se queremos ouvir a canção mais bonita, temos de apoiar o artista. (…) Mesmo que isso signifique lucros menores. Menos lucro para a nossa linha de fundo, mais dinheiro para o artista. Fantástico".

Fonte: New York Times

Serão então os fãs suficientemente leais para adquirem e se comprometerem com este serviço? Ou o fenómeno do gratuito tem mais peso?

De facto, como já vimos, grande parte dos utilizadores utiliza um serviço e até o recomenda, mas quando questionado se estaria disposto a pagar por ele, em grande parte das vezes a resposta é negativa.