terça-feira, 28 de abril de 2015

Compras online entre os portugueses: em crescimento e via PayPal

O e-commerce português tem vindo, claramente, a seguir a tendência dos países do sul da Europa, com um aumento exponencial nos últimos anos. Com a internet a promover o consumo e com a Geração Net a dar de si – pela comodidade e variedade de escolhas – a verdade é que o e-commerce veio para (simpli)ficar.


Com o sentimento económico a melhorar (Dinheiro Vivo, 2015) – uma vez que os portugueses estão mais dispostos a comprar (ainda que não sejam compras caras) – também as compras online se reveem neste clima positivo.

As compras online em B2C cresceram, em Portugal, 13% e atingiram os 2,9 mil milhões de euros em 2014. Cada e-comprador português despendeu, em média, 988€ em bens ou serviços online, acima de Espanha e de Itália, segundo o comunicado da ACEPI (Computer World, 2015).

A ACEPI é a Associação da Economia Digital Portuguesa e juntou-se à Ecommerce Europe, uma organização europeia para o comércio eletrónico que junta empresas que dispõe os seus produtos e/ou serviços online.

Para a Associação da Economia Digital, esta é uma ótima parceria dado o alinhamento que existe entre as duas organizações e o potencial de trabalho conjunto. Segundo François Momboisse, presidente da Ecommerce Europe, “A Europa do Sul é um importante mercado emergente no comércio eletrónico e, com esta adesão, podemos representar ainda melhor os interesses da região no comércio eletrónico”.

ACEPI - EE
Em Portugal, e segundo dados do B2C Ecommerce Report de 2013, 7 milhões de pessoas têm acesso à Internet, sendo que 2.7 milhões destas são e-shoppers. O mercado das compras online representou, nesse ano, 1.57% do PIB, num total de 2,6 mil milhões e euros, gastos em igual medida em serviços e em produtos. 3.1% das compras de bens de retalho são agora feitas online. Ao ano do relatório, Portugal ocupava a 5ª posição no ranking dos 8 países do Sul da Europa, posição que tem vindo a melhorar.

No entanto, 61% das pessoas com acesso à Internet não adquiriram, no ano de 2013, quaisquer bens ou serviços online, constituindo um segmento de 4,3 milhões de pessoas inativas online. Se, em 2010, o valor médio despendido por e-shopper era de 860€, em 2014 esse valor chegou quase aos 990€, com níveis de penetração multi-dispositivos: telemóvel (115%), internet (64%), smartphone (30%) e tablet (9%).

Grande parte das compras são efetuadas com recurso ao Paypal, que regista, de momento, 500 mil contas ativas em Portugal, num universo total de 165 milhões a nível mundial e 4 milhões a nível Ibérico. 70% das grandes marcas nacionais incorporam já este sistema nas suas lojas online, entre as quais as do grupo Sonae, TAP, Rede Expressos, entre outros. Hoje, já é possível encontrar a opção PayPal em 100 milhões de comerciantes a nível mundial e fazer compras em cerca de 100 moedas diferentes. Este sistema veio, segundo o responsável pela Paypal em Portugal, ajudar o comércio online a “chegar a países onde o cartão de crédito não é muito utilizado. Porque com o selo PayPal as pessoas sentem-se mais seguras ao fazer compras online” (Observador, 2015).

Em Portugal, cerca de 20% das compras efetuadas através da PayPal ocorrem em dispositivos móveis, dado que o cliente não tem custos com a utilização. O comerciante paga uma taxa variável à empresa, que é tanto menor quanto maior for o número de vendas que esta fizer. A plataforma funciona ainda como mediadora de conflitos entre compradores e vendedores, seguindo a tendência de desintermediação e dos novos intermediários, com mecanismos de combate à fraude. Os portugueses compram, essencialmente, produtos de moda, eletrónica e viagens, e dividem-se entre o PayPal e o cartão de crédito para efetuar os pagamentos, este que constitui o seu grande concorrente.

Miguel Fernandes, da PayPal Portugal, garante que a crise foi uma grande oportunidade para as empresas online. Em 2014, as receitas da Paypal ultrapassaram os 7 mil milhões de euros, mais 19% do que no ano anterior, com um grande peso do eBay, e o volume de pagamentos fixou-se nos 212,2 milhões de euros no mesmo ano, mais 34% do que em 2013.

Mais do que uma oportunidade para as empresas online, a crise constituiu uma oportunidade para os novos intermediários, e, essencialmente, para o consumidor. Cada vez mais exigentes, poderosos, atentos e participativos, os e-surfers procuram comodidade, variedade ou, tão somente, informação, podendo optar pela experiência ROPO.

E os alunos de Web Marketing e Comércio Eletrónico, fazem compras online?

Fontes consultadas:
Computer World (2015): ACEPI adere à Ecommerce Europe.

Dinheiro Vivo (2015): A vontade de Comprar voltou. 10 regras para decisões inteligentes. http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/interior.aspx?content_id=4535691

Observador (2015): 500 mil portugueses utilizam PayPal para comprar onlinehttp://observador.pt/2015/04/23/500-mil-portugueses-utilizam-paypal-comprar-online/

Sem comentários:

Enviar um comentário