domingo, 14 de junho de 2015

Dois países, duas campanhas, a mesma causa

Como sabemos, o marketing não serve apenas para nos induzir a comprar determinado produto ou serviço. Por vezes, a sua função é sensibilizar ou alertar o público para determinadas causas. As campanhas que vos mostro hoje são exemplo disso mesmo e o seu objetivo é o apelo às doações de sangue em dois países diferentes.

No Brasil, dois publicitários substituíram a tradicional mensagem de “Vende-se” nos vidros dos carros por “Doa-se”. Obviamente que esta mudança chama a atenção de quem lê os cartazes, e é esse mesmo o objetivo dos autores da campanha. Para além do incentivo às doações de sangue, espera-se que os brasileiros participem também eles na campanha, colocando no vidro do seu próprio carro esta mensagem.

Já no Reino Unido foram retiradas algumas letras de vários locais e publicações - jornais (como o Daily Mirror), placas e ruas com grande visibilidade (incluindo a rua onde reside o Primeiro-Ministro). No entanto, as letras não foram selecionadas ao acaso: apenas desapareceram as letras A, B e O – correspondentes à denominação dos diversos tipos sanguíneos. A campanha dá pelo nome de #missingtype e surgiu no âmbito da National Blood Week (criada com o objetivo de sensibilizar consumidores para este tipo de dádiva). A campanha incentiva ainda os britânicos a fazer o mesmo – ou seja, retirar as letras A, B e O do seu nome nas redes sociais, partilhando o resultado na hashtag indicada.


Apesar de não estarem relacionadas entre si, as campanhas têm o mesmo objetivo, pretendendo alertar para o problema da falta de doações nos dois países. Tanto o Brasil como o Reino Unido têm sofrido um decréscimo no número de doadores, daí surgindo a necessidade de realizar campanhas deste género, que consigam alcançar e sensibilizar um grande número de indivíduos. As semelhanças entre as campanhas não se ficam por aqui: destaca-se ainda o facto de incentivarem os consumidores a fazerem também eles parte da campanha (numa tentativa de criar marketing viral) algo que é bastante apreciado pela Geração Net.

Pessoalmente, considero que as duas campanhas foram bem-sucedidas. A mensagem a transmitir é clara e capta a atenção de quem a lê (algo que, como sabemos, é cada vez mais difícil de conseguir) para além de apelar ao lado solidário de uma geração que se preocupa com (e quer contribuir para) um grande número de causas – o já mencionado inner glow, a satisfação que sentem por ajudar e fazer a diferença. É de ressalvar também o blended marketing levado a cabo no Reino Unido, pois apesar do foco principal da campanha ser offline (daí a maior parte da mensagem estar incluída em meios físicos) o online não fica esquecido, o que fica provado no próprio título da iniciativa, bem como no apelo à mudança de nome dos utilizadores das redes sociais.

Resta agora saber se os brasileiros e os britânicos irão responder aos apelos lançados.


E vocês, ficaram sensibilizados com as campanhas? Qual a vossa preferida? 

Fontes: Marketeer
Briefing

2 comentários:

  1. Considero absolutamente genial a ideia do Reino Unido. Retirar as letras que dão "nome" aos tipos de sangue de placas de ruas, de jornais, etc. é de uma simplicidade, mas de uma genialidade incrível. À primeira vista pode não ser óbvia a associação entre as letras que faltam e o objetivo da campanha, mas quando se percebe a ideia, acho que se torna num "jogo" interessante de procurar as letras em falta e acaba por chamar a atenção para o objetivo tão importante que é afinal a dádiva de sangue.

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  2. A campanha está realmente bem conseguida, embora não esteja minimamente relacionada com o tema para o qual tenta sensibilizar. Quanto a mim, só lhe acho piada, não me sensibiliza para a doação.
    Para este tipo de campanha acho que funciona e sensibiliza muito mais, o uso de uma storytelling. É mais próximo, não há 'jogos', é um tema difícil para ser abordado desta forma. Mas é somente a minha opinião... ;)

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