quinta-feira, 30 de março de 2017

O novo Jornalismo das redes sociais

Nos dias de hoje, o acesso à informação é cada vez maior e mais facilitado e as redes sociais têm vindo a ter um papel relevante na transmissão e propagação de notícias. No entanto, a pergunta que se coloca é: será que essa informação é fidedigna? Temos noção de quem são as fontes que fundamentam essas notícias?

Conforme o resultado de duas investigações, a maior parte das pessoas concentra-se mais no autor que publica links com notícias do que na veracidade do conteúdo que é publicado. A título de exemplo, se uma determinada figura pública posta no Facebook um link com uma determinada notícia, grande parte das pessoas não se preocupa em saber qual é a verdadeira fonte da informação e aceita a autenticidade da mesma. Esta noção vem reforçar novamente o poder que os influenciadores têm na mente dos indivíduos.

Aliado a isto, outro fator que influencia a opinião dos utilizadores é o número de partilhas que determinada publicação tem. Por vezes, interessa mais a popularidade da publicação do que a forma como a própria história está escrita.

Tendo em consideração estas noções, têm vindo a ser tomadas medidas para controlar a propagação de notícias falsas através das redes sociais. Por exemplo, o fenómeno do “ReTweet”, permite aos utilizadores do Twiter partilhar um post que determinada pessoa escreveu, mantendo os devidos créditos, isto é, o nome da pessoa responsável pelo texto original permanece em cada “ReTweet”. O Facebook trabalha em conjunto com equipas de verificação de factos e é responsável por colocar avisos em links de veracidade duvidosa. Por isso mesmo, na Alemanha, o Facebook tem vindo a estabelecer uma parceria com o “Correct!V”, permitindo que as notícias falsas sejam identificadas. Deste modo, casos deste género podem ser denunciados pelos utilizadores e estes são avisados caso queiram partilhar conteúdos deste tipo (http://www.jn.pt/artes/media/interior/facebook-ataca-noticias-falsas-saiba-o-que-fazer-para-as-evitar-5610832.HTML).
A título de curiosidade, há quem diga que Donald Trump ganhou as eleições devido a publicações falsas que surgiram no Facebook, que influenciavam as pessoas a votar no candidato. Mais ainda, as notícias falsas obtinham um maior número de visualizações que as verdadeiras. A maior parte dos americanos admite que era através do Facebook que se mantinham informados sobre as eleições presidenciais. Deixo-vos um link com exemplos de notícias falsas espalhadas pelas redes socias e que tiveram um grande impacto nos resultados que deram a vitória a Donald Trump: http://www.dn.pt/mundo/interior/noticias-falsas-vs-verdadeiras-no-facebook-quais-foram-as-mais-vistas-5517036.html.

Fontes:
https://www.publico.pt/2017/03/23/tecnologia/noticia/partilhas-e-fama-dos-utilizadores-nas-redes-sociais-validam-noticias-falsas-1766303
http://www.jn.pt/artes/media/interior/facebook-ataca-noticias-falsas-saiba-o-que-fazer-para-as-evitar-5610832.html
http://www.dn.pt/mundo/interior/noticias-falsas-vs-verdadeiras-no-facebook-quais-foram-as-mais-vistas-5517036.html

3 comentários:

  1. Olá Joana!

    Abordaste um tema que me inquieta, porque, de facto, vejo frequentemente pessoas a caírem em notícias inventadas, mesmo quando são publicadas em sites "duvidosos". O mais caricato é que, como começaste por dizer, hoje, "o acesso à informação é cada vez maior e mais facilitado", mas mesmo assim há pessoas que não se dão ao trabalho de irem confirmar a veracidade do que leem.
    Ainda hoje estava no facebook e vi que 3 pessoas que tenho adicionadas partilharam uma "notícia" que afirmava que o salário mínimo nacional iria aumentar para 785€ em julho deste ano e esses sujeitos diziam coisas como "yay :D". Agora deixo-vos o link do artigo para tirarem as vossas conclusões: http://www.cnoticias.net/58d96b249005d/governo-aumenta-salario-minimo-para-785-no-final-do-mes-julho-de-2017.html
    Se fosse uma notícia verídica, ao menos tinham-se dado ao trabalho de acentuar as palavras... E pelas reações dessas pessoas quase que aposto que nem leram o "Não o tome seriamente. É uma piada." que está no final do texto.
    O consumidor tem tanta informação, tantas distrações ao seu dispor, que prefere acreditar em tudo o que vê/lê, sem se dar ao trabalho de explorar para além daquilo, porque "não tem tempo".
    A internet está a ficar perigosa neste sentido.

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    1. Olá Inês!

      Agradeço o teu comentário, pois confesso que me deu vontade de rir. Tal como dizes, hoje em dia a falta de tempo faz com que as pessoas não prestem atenção nenhuma aos assuntos publicados.
      Por vezes, acaba por ser suficiente ler os títulos sensacionalistas que transmitem uma ideia completamente diferente da realidade para formularem uma opinião sobre um determinado assunto. E, pior que tudo, é que se dão ao trabalho de partilhar todas essas publicações sabendo que não estão realmente bem informadas sobre um determinado assunto, tornando viral uma notícia que tem pouca qualidade e que, na maior parte das vezes, está mal fundamentada.
      Concordo contigo. A internet está, sem dúvida, a ficar perigosa, receio até que represente uma grande ameaça para a qualidade da informação. Temo que toda esta situação contrarie um dos efeitos mais positivos que a invenção da internet causou, ou seja, o desenvolvimento e aperfeiçoamento do acesso à informação.

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  2. Olá Jona e Inês!!

    Vou começar por dar destaque a 2 frases que vocês escreveram: "o acesso à informação é cada vez maior e mais facilitado", "há pessoas que não se dão ao trabalho de irem confirmar a veracidade do que leem".

    Concordo a 100% com o que foi dito e ainda acrescento outra coisa, apesar de não estar diretamente relacionado com o post em si: as pessoas hoje em dia, acreditam cegamente em tudo o que aparece na internet, redes sociais, etc, ao ponto de colocarem em causa a sua vida e saúde.

    Se há coisa que me impressiona nas redes sociais é ver a postura adaptada por muitas bloggers/ instagramer's que se tornaram famosas através da partilha dos seus hábitos alimentares, exercício físico, mas que na verdade não percebem nada do que partilham. O exercício físico, a alimentação saudável, o "ser fit" pode-se dizer que estão na moda e muita gente olha para estas "influenciadoras" de redes sociais como exemplos a seguir, no entanto, muitas delas não têm quaisquer conhecimentos nas áreas em questão. Eles/elas partilham fotos, vídeos, exercícios e até VENDEM planos de alimentação/treino e a pergunta que me vem sempre à cabeça é: "Como é que isto é possível?". As pessoas confiam tanto nestes "ídolos" que chegam ao ponto de colocar a sua saúde nas mãos de pessoas que não estudaram, nem têm conhecimentos nestas áreas, ao invés de consultarem os verdadeiros profissionais e isto é um problema que tem vindo a crescer e sinceramente não sei onde vai parar.

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